sexta-feira, 29 de março de 2013

RIO
             Para um rapaz vestido de azul

Água fugida
Da fonte
Destino meu
É céu e mar
Vou...
E vou cantando
Porque o que há de vir
Tem asa
Invento pedras
Pra poder chorar
De quando em vez
E escrever uns versos
Você assovia sem som
Ausente, ansioso, crescIDO.
Os outros estalam os dedos
Aplaudindo
Bem baixinho
Pra não te aCORdar.
E eu RIO                                                                                 .                           
                                                                                     .    
              O                                   O                            O     .  
                        O          *
O   o                                   o             O
                               o
O                                            o

                                                                                                                     beira lua 

sábado, 23 de março de 2013


IMPOSSÍVEL

 Adeus
Desapareça de minha vida
E não me procure mais
porque agora
estou Sandra Bréa.

Não há tempo para queixas
e lamentações
quando a poesia se alimenta
de neuroses, culpa
e figurinhas engraçadas.
Não há tempo...
Não há tempo para solidão.

 A vida já era breve a 40 anos
E os dias agora tornaram-se
Bem pequenininhos.
Não há tempo...

É preciso pagar as contas
Educar os meninos
Ir ao mercado
Tomar banho todos os dias
Ler aquele livro de a muito
Cumprir ou fechar a pauta.
É preciso cuidar do meu jardim!

 Sobretudo
Abrir todas as janelas
Inventar as mil novidades
É preciso curtir, comentar, compartilhar
Responder e-mail, atualizar o blog
Distribuir sorrisos e gentilezas
E engordar a lista dos novos Amigos
Porque "navegar é preciso"!

 Meu deus, não há tempo...
Para isso... Impossível.
Alguém pode, por favor,
Levar o carro ao lajato
Vou ali comprar uma máquina de escrever.

quinta-feira, 21 de março de 2013


POEMINHA EMPRESTADO

                         Para um novo amor que vem surgindo

Não vá embora, Moço,
Amor meu muito verdadeiro
Espere por mim por favor
Confesso e declaro honestamente:
Outro amor antigo e necessário
Por destino anterior
perdi recentemente
Minha alma para nojo e remendo
Carece de uns tempos.

MENSTRUAÇÃO

 
Hoje
Sou apenas corpo
Profano santuário
Preparando-se para acolher você
Hoje
sou totalmente fome
sangue quente
seios enormes
vagina úmida
pescoço boca  pele.
Hoje
Sou também vertigem
Treva e luz
Todas as lamentações
E mil conflitos.
Hoje...
Terra misteriosa
Gritando semente
Memória
Útero, dor...
E morte.
Vulva em flor,
Lábios grandes
Retraídos, sexo LIVRE
Mulher
fêmea no CIO.
Amanhã escreverei com meu sangue na parede

Miguel, não quero mais te ver...

 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

eu-girassol


Meu pequeno girassol
Nasceu condenado a habitar
Num jardim onde brilham
flores ricamente vestidas
sabem ser alegres
porque conhecem que
foram criadas para ser Flores
cor
perfume
forma
textura e tecitura
beleza marelinha
Flores
simplesmente
Pobre girassol...
Solitário
Mudo e mutilado
Esquecido de Deus
Expulso de casa
Alienado do tempo
E sem irmãos...
Inventa que chora e ri
Finge paixões
Rouba os prantos e
macaqueia os cantos alheios
porque
Não sabe o que quer...
Não sabe para onde olhar.
Não sabe onde por as mãos.
Não sabe o que dizer...
E não sabe ouvir.
Não! Não serve para amar
É um girassol desgraçado.
Contudo ele está ali...
Num jardim
Entre flores que sabem
Ser flores
Eu –girassol
uma pétala apenas
roxa e esfumaçada...
alma perdida
guardando saudades
do que nunca encontrou.

Itabuna,
Outono fora e dentro de mim, 2012.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Balanço

A menina achava
que uma fatia de queijo mordido
lembrava um barco afundado.
Não escutei o mistério
Borboleteando nos olhos dele
E a poesia naufragou.
O apagador de quadro...
Branco?
Com o que se parece agora
inerte em minhas mãos.
Nunca acreditei
nas paisagens
que espiei debruçada
Nas janelas.
Quem madei a puta que o pariu?
ushaushuahsuahushaus
Se alguma vez
Me embriaguei
Chorei
Vomitei?
Que merda!
Me atraem as sarjetas
Que nunca visitei
Não me recordo das pessoas
que amei
Nem das palavras
Que inventei.
É isso
Nasci para ter saudade...
Loooooooooooooooooooge
do mar...
Todos dizem que errei
O que digo agora Adélia?
Sim
"Eu tenho 20 anos mais 20"
E estou conformada.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

backup

Faça agora uma simulação
um poema bem pequeno
cartas, fotos, música, vídeo
flores e laços
silêncio e solidão
guarde meu anelzinho bem guardadinho
como um backup amor...
Psiuuuuuuuuuuu!
Não diga nada ainda
Pode ri a vontade
tudo que a memória ama
é saudade...



BEIRA LUA

terça-feira, 26 de abril de 2011

EFÊMERA

Meninos no balanço- Portinari

Contudo eu olhava

Pela janela...

No quintal

formas impressionistas

uma mangueira

o girassol
Ela a menina na gangorra velha
ia
e
vinha
desacostumando o tempo...
Não sei se
permanece o riso claro
o vento
cheiro de pitanga
e movimento
sobre aquele instante
que não se repete nunca mais...
Não sei?
Talvez
a intensidade da luz
cores vibrantes e luminosas
e toda aquela poesia
efêmera ao ar livre
uma linguagem que fala de se mesma
não sei.
não quero saber...

BEIRA LUA