sábado, 19 de março de 2011

Filha das águas


Eu sou
Filha das águas...
Oraieieô... minha mãe Oxum
Silêncio
Não há fala
Não há explicação
Pra isso...
Poço profundo
Água corrente, cristalina cachoeira
Enchente...
Jamais deságuam
“Pelo ralo”...
Água fugida da fonte
Tem desejo de CéuMAR
Nunca mais volta...
Poço porfundo...

Silêncio

Mistério e perigo

Não há fala

Não há explicação

Pra isso...

Silêncio...

Poço profundo...

Negação total

Absoluta.

As águas suportam

Tudo

E depois...

não retornam nunca mais...

Toleráveis transgressões...

Explosão

As águas não necessitam de olhos nem luz

Para ver a face do amor

Nada pertence as águas

e as águas não pertencem a ninguém

As águas não tem moral, decência, medo...

Não conhecem espaço e tempo

Nem filosofias

As águas não sabem do sim e do não

As águas não pensam

Não medem

Não esperam

Não respeitam

Não aprendem nada

Não aprendem porra nenhuma

Apenas sonham

Desvairadamente...

As águas não existem

E querem o que não existe

As águas são águas

É assim...

Águas Águas Águas

Desacostumam

Qualquer

Pontuação.

Águas Águas Águas

Se “aquela poesia”

um dia se rompe...

O mar está no

Destino...

Dela

Quando o pote

Se quebra

O mar cresce e vem ao encontro dela

Seja lá onde ela estiver...

O mar vem ao encontro

Dela

Para consolo dela...

O mar afoga tudo que tiver

Saudades

Dores

delírios

Sorrisos

Loucura

Desatino

O coração Dela

Devagarzinho...

O mar vai beijar as lágrimas dela

O mar vai contar histórias pra Ela...

histórias rabiscadas

num livro que não existe

256 páginas...

“daquela poesia”.

Mas agora... silêncio amor

Acabou? Quando foi mesmo

Que tudo começou?

Essa história

que escrevemos

que não aconteceu...

Tá tudo bem... silêncio...

Silêncio...
Silêncio...

Silêncio...

Não há fala

Não há explicação

Pra isso...
Poço profundo...

O mar vem beijar minhas lágrimas...

O mar vem me contar histórias...
Quando as águas subirem eu vou gritar
seu nome Pequeno...


Beira Lua

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