Eu sou
Filha das águas...
“Pelo ralo”...
Água fugida da fonte
Tem desejo de CéuMAR
Nunca mais volta...
Poço porfundo...
Silêncio
Mistério e perigo
Não há fala
Não há explicação
Pra isso...
Silêncio...
Poço profundo...
Negação total
Absoluta.
As águas suportam
Tudo
E depois...
não retornam nunca mais...
Toleráveis transgressões...
Explosão
As águas não necessitam de olhos nem luz
Para ver a face do amor
Nada pertence as águas
e as águas não pertencem a ninguém
As águas não tem moral, decência, medo...
Não conhecem espaço e tempo
Nem filosofias
As águas não sabem do sim e do não
As águas não pensam
Não medem
Não esperam
Não respeitam
Não aprendem nada
Não aprendem porra nenhuma
Apenas sonham
Desvairadamente...
As águas não existem
E querem o que não existe
As águas são águas
É assim...
Águas Águas Águas
Desacostumam
Qualquer
Pontuação.
Águas Águas Águas
Se “aquela poesia”
um dia se rompe...
O mar está no
Destino...
Dela
Quando o pote
Se quebra
O mar cresce e vem ao encontro dela
Seja lá onde ela estiver...
O mar vem ao encontro
Dela
Para consolo dela...
O mar afoga tudo que tiver
Saudades
Dores
delírios
Sorrisos
Loucura
Desatino
O coração Dela
Devagarzinho...
O mar vai beijar as lágrimas dela
O mar vai contar histórias pra Ela...
histórias rabiscadas
num livro que não existe
256 páginas...
“daquela poesia”.
Mas agora... silêncio amor
Acabou? Quando foi mesmo
Que tudo começou?
Essa história
que escrevemos
que não aconteceu...
Tá tudo bem... silêncio...
Silêncio...
Não há fala
Não há explicação
Pra isso...
Poço profundo...
O mar vem beijar minhas lágrimas...
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